Quando vai a Direção do Benfica assumir o papel de liderança que lhe compete?
No passado dia 9 de julho, a Direção do SL Benfica apresentou dúvidas legítimas, mas tardias, sobre a centralização dos direitos televisivos, exigindo a suspensão imediata do processo. Mais uma vez, Rui Costa chegou tarde. As duas últimas direções do Benfica tiveram anos para liderar este processo e optaram por não o fazer.
Este alerta não surgiu do nada. Denunciei publicamente, em várias ocasiões, os riscos deste modelo. Fui ignorado. Como se os interesses financeiros e desportivos do Benfica fossem secundários.
A carta enviada à Liga continha também propostas válidas, ainda que claramente pressionadas pelo calendário eleitoral. Tornou-se regra nesta Direção: só agir quando há eleições à vista.
Desde então, silêncio total. A Direção do Benfica foi olimpicamente ignorada. E, como sempre, limitou-se a esperar.
A única reação conhecida foi o envio, pela Liga, de um documento à Autoridade da Concorrência, tentando acelerar um processo opaco e mal conduzido. O Benfica foi ignorado. Outra vez.
O conteúdo desse documento não é público. Num tema central para o futuro do futebol português, a ausência de transparência é inaceitável. É legítimo pensar que o maior lesado por este processo será o Benfica, tanto no plano desportivo quanto financeiro.
Perante o que já se sabe — e, sobretudo, o que ainda não sabemos — é urgente perguntar: quando vai a Direção do Benfica assumir o papel de liderança que lhe compete? Ou vamos, mais uma vez, acordar quando já for tarde?